sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Quem quer azevinhos?



Confesso que há uns bons dez anos cometi um delito ecológico. Numa das minhas incursões pela Serra da Freita, encontrei um azevinho adulto com algumas raizes à mostra, por efeito de uma enxurrada que assim o deixara. Numa dessas raízes tinha rebentado um novo azevinho, ainda pequeno. Olhei para os lados e não hesitei: arranquei a raiz e a respectiva planta, então com pouco mais de vinte centímetros. À noite plantei-a no meu jardim. O crime não fora assim tão grande. Afinal salvara uma simples raiz de um dia poder vir a ser arrastada por nova enxurrada.
O azevinho pegou. Passaram os anos. Hoje, a vítima do meu crime tem uns bons três metros de altura, está carregadinho de bolas vermelhas entre o verde da folhagem brilhante. Todos os anos, por esta altura, um melro esfaimado se alimenta das ditas bolinhas, deixando marcas menos agradáveis na tijoleira do chão. Muitas sementes caem entretanto no solo do jardim e o milagre acontece: centenas de juniores azevinhos nascem debaixo da planta-mãe.
Para expiar o meu crime de há dez anos, resolvi arrancar cuidadosamente todos as jovens plantas, envasá-las e oferecê-las a amigos. Na minha escola já foram plantadas umas dez. Ontem ofereci duas a um aluno. Mas, ainda assim, tenho, neste momento 54 vasos com azevinhos, o que me acarreta alguns problemas logísticos. Já não tenho onde colocar os vasos.
Deste modo aqui faço a oferta a alunos e professores do Mestrado em Informática Educacional. Antes da próxima Sessão Presencial, quem quiser receber um azevinho, basta escrever um pequeno texto neste Livro de Horas, demonstrando que investigou as características da planta e que saberá tomar conta dela. O autor destas linhas encarregar-se-á do resto.

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